A matéria da família de uma adolescente de 12 anos que vem lutando na Justiça contra o Governo de Rondônia para conseguir o tratamento dela pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que foi diagnosticada com escoliose progressiva, reproduzida do g1 pelo site Anoticiamais, fez uma mãe jaruense se identificar com o caso e revelou como foi sua luta para que a filha com o mesmo problema conseguisse realizar a cirurgia.
A moradora de Jaru, Luzia Rosa da Rocha Carvalho, viveu uma história semelhante à da família da garota de 12 anos. A filha Maria Gabriela Rocha da Silva, aluna da escola Dayse Mara, hoje com 18 anos, foi diagnosticada com escoliose aos 16.
Segundo ela, a filha foi diagnosticada após um lado das costas ter subido, daí resolveu levar ao Hospital Municipal de Jaru, onde foi realizado exame de Raio-X, e o atendente disse que ela precisava procurar um ortopedista.
Ela levou a filha a um ortopedista em Theobroma, que após examiná-la disse que era caso de cirurgia. A filha chegou a ser encaminhada para o João Paulo II, em Porto Velho, onde ficou internada por 5 dias. Mas Luzia foi informada por um médico que em Rondônia não fazia aquele tipo de cirurgia pelo SUS, daí tirou a filha do hospital e começou a correr atrás de um tratamento fora, uma vez que o médico de um hospital particular cobrou R$ 418 mil para operá-la.
O primeiro passo foi protocolar um Tratamento Fora de Domicílio (TFD) no HM de Jaru e foi informada pela atendente que deveria procurar um e hospital fora do estado, que ela também iria ajudar a encontrar.
Com os exames que realizava, foi possível ver que a coluna estava entortando mais, no primeiro 44 graus do lado esquerdo e 42 do direito, com três meses já estava 48 do lado esquerdo e 44 do outro. “Conforme vai entortando o desespero vai batendo. Elas sentem muita dor, isso dói demais, sentem incômodo, conforme a coluna vai entortando, entorta também as costelas, escoliose mata, porque ela comprime o pulmão e desenvolve insuficiência respiratória e cardíaca, não conseguem dormir, você não tem noção de como é sofrida a vida de uma pessoa que tem escoliose“, declarou Luzia.
“Nesse Raio-X de outubro, mostrou que já tinha aumentado, ela tava desenvolvendo uma retrolistese, que é uma disfunção articular rara que ocorre quando uma vértebra desliza para trás e estava entortando em cima e prejudicando embaixo, aí a gente tinha seis meses para correr atrás e operar ou ela ia travar as perna, podendo ficar deficiente se a gente não corresse atrás de fazer logo a cirurgia”, explicou a mãe.
Luzia tentou no Rio de Janeiro e Brasília, mas não tinham vaga e foi no Espírito Santo, onde possui três hospitais que fazem tal tipo de cirurgia, que ela conseguiu, através do primo de um conhecido, uma vaga no Hospital Nossa Senhora da Graça, em Vitória e há cerca de três meses, Maria Gabriela realizou a cirurgia.
“Nós pais entramos em desespero, mas devemos ter fé em Deus e acima de tudo botar a boca no mundo, não ter vergonha”, declarou ela.
”A minha filha por último já estava fazendo o tratamento psiquiátrico, porque se achava um monstro, também estava sofrendo bullying na escola, porque torta, fica com deformidade no corpo, então, para uma pessoa, principalmente mulher, uma cirurgia de escoliose não é só uma correção da coluna, você devolve a autoestima, o prazer delas se olharem no espelho, se verem melhor”, disse Luzia.
“Graças a Deus tenho muito a agradecer a equipe do TFD do Município, pois não mediu esforços para ajudar. O Estado deu as passagens e o suporte que precisei. Deus em primeiro lugar, depois os amigos, os conhecidos, cada um teve seu papel importante nessa batalha”, agradeceu Luzia. conexaonorte.com.br